A primeira viagem, após a minha chegada a Caracas, foi a Los Roques. um arquipélago venezuelano paradisíaco perdido no mar do Caribe.
Parque Nacional desde 1972, destaca-se pelas várias dezenas de kms de extensão dos seus corais que envolvem 50 ilhas e 292 ilhotas (cayos) e bancos de areia. Os seus recifes de coral são os mais ricos em biodiversidade e mais bem conservados do mar Caribe.
Apenas a ilha Gran Roque é habitada permanentemente por cerca de 1200 pessoas. Nesta encontram-se as pousadas, os restaurantes e poucos cafés. Não há discotecas, animação noturna, cinemas, ou outra diversão cosmopolita.
Devido à reduzida dimensão da Gran Roque, às dificuldades às transações comerciais impostas governamentalmente e às escassez de água doce, não se desenvolveram grandes infra-estruturas turísticas, resumindo o alojamento a pequenas pousadas com reduzido número de quartos (4 a 10).
A pesca apenas é permitida aos habitantes locais, uma restrição que promove a biodiversidade das espécies, sendo facilmente visíveis exemplares de barracudas, atum e outros peixes de grande porte. Existe também grande variabilidade e quantidade de crustáceos. Estima-se que 90 % da lagosta consumida na Venezuela provem destas águas.
Para além dos restaurantes existentes na Gran Roque existem noutras ilhas mais alguns locais ("restaurantes") onde se pode comer bom marisco e bom peixe.
Apenas a Gran Roque possui aeroporto, onde aterrar nos causa a sensação única de fim de pista... o avião inverte a marcha para regressar ao ponto de início da aterragem, já com o mar a contornar a delimitar esta. As aeronaves utilizadas têm usualmente apenas um motor e a tripulação resume-se ao piloto que vai acompanhado de um passageiro no lugar de co-piloto (no total entre 6 e 10).
Na viagem de regresso, a passageira que vestiu a pele de co-piloto passou toda a viagem a distrair o piloto com fotos, perguntas sobre todo o aparato que integra a cabine...
Existem algumas companhias que possuem aeronaves com dois motores a fazer o trajecto Caracas vs Los Roques, como a Chapi Air, neste caso, existe uma hospedeira a bordo. O número de passageiros rondará os 40.
Viajar nestes aviões dá-nos a sensação de que se desintegrarão a qualquer momento, devido à avançada idade que possuem.
Em qualquer destas aeronaves a viagem é indescritível!
Veja mais fotos aqui do que pode disfrutar neste paradisíaco arquipélago.