29.09.14

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O parque nacional do Canaima é o segundo maior parque nacional da Venezuela (3 000 000 ha) e um dos mais famosos do país e do mundo, Património da Humanidade, alberga a queda de água mais alta do mundo, Salto Angel, com cerca de 1000 m de altura. Caracteriza-se por afloramentos rochosos com características únicas, os tepuyes, que não existem em outra parte do planeta. São majestosas montanhas rochosas de cumes planos, cujos ecossistemas são únicos, promovidos pelo isolamento do resto da savana que a sua altura impõe.

 

No topo das montanhas o clima é húmido e frio e as nuvens adensam-se produzindo um microclima, por outro lado sofrem forte insolação quando as nuvens se dispersam. A altitude varia entre os 450 e os 2810 m e a temperatura oscila entre os 20 e os 30 ºC.

 

Todo o parque está adornado por uma extensa malha de rios e quedas de água criando uma paisagem de horizonte único. Muchas zonas do parque só se podem visitar de helicóptero ou avioneta, outras em canoas esculpidas em longos e robustos troncos inteiros construídas a partir das árvores centenares da floresta amazónica que aqui se inicia e se estende em direção aos países vizinhos, Brasil e Colômbia.

 

A subida da lagoa, via Rio Caroní, até ao Salto Angel leva horas, tanto mais quanto menor é o caudal do río que flutua muito em função da pluviosidade, nesta oportunidade foram 7,5 horas. Em algumas épocas do ano, de seca, pode não ser possível chegar devido à reduzida lâmina de água. Ao longo da viagem aprecia-se a alteração da paisagem desde a grande savana que se adentra na floresta amazónica.

 

A oferta turística permite pernoitar em hamacas (redes) em plena selva amazónica e regressar no dia seguinte, numa viagem mais tranquila e menos demorada já que se maximiza a velocidade com a corrente do rio. Durante a noite é possível ouvir animais de grande porte, como o porco negro selvagem, semelhante ao javali, entre outros. Uma experiencia impossível de verbalizar na sua totalidade!

 

A chegada ao Salto Angel aclara-nos a reduzida dimensão humana face à magnânima dimensão da natureza. Invade-nos uma energia e uma paz únicas, incapaz de se reproduzir em qualquer oura parte do mundo! Aqui sente-se que as baterias se recarregam e que a quotidianidade se afasta. Também é possível visitar o Salto Angel e regressar no mesmo dia, embora seja uma agenda demasiado pesada para permitir disfrutar cabalmente de tudo o que a selva tem para oferecer!

 

Ao longo da subida a paisagem que abraça o rio vai-se alterando até que começa a floresta que tem uma das populações de orquídeas mais basta do mundo. Nem sempre é possível seguir pelo rio, pelo que nos espera fazer alguns trilhos caminhando em pleno seio da Grande Savana do parque. Apaixonante!

 

Nas áreas limítrofes do Canaima há oferta de pousadas de qualidade, decoradas com tecidos de padrão tigre, o mesmo que decora os estofos das aeronaves que nos transportam do aeroporto de Puerto Ordaz até ao Parque.

 

As linhas de água superficiais de todo o parque, incluindo da lagoa, apresentam uma coloração avermelhada proveniente dos minerais que a compõem e da decomposição orgânica da flora amazónica que desagua ao longo do Rio Carrao que a alimenta. A partir daqui é possível disfrutar de uma diversificada oferta de excursões a várias quedas de água. Uma das mais impressionantes é o Salto El Sapo, que se atravessa por detrás da cortina de água de 120 m, numa experiência de cortar a respiração e elevar os níveis de adrenalina. A lagoa oferece é um dos locais mais apaziguantes, com uma extensa praia de fina areia branca que se confunde com qualquer praia de areias coralinas. Aqui se realizaram alguns filmes exitosos do grande ecrã, como Avatar. Uma paisagem com apontamentos jurássicos.

 

A partir do aeroporto de Puerto Ordaz, Estado Bolivar, há várias companhias aéreas que fazem diariamente a rota até ao Canaima.

 

Não deixar de levar: máquina fotográfica à prova de água, sapatos com sola de silicone para os percursos aquáticos, impermeável, protetor solar ecrã total, repelente e óculos de sol.

 

O regresso a casa é marcado pelo elevado nível de energia e paz interior.

publicado por viagenslatinas às 01:03

30.06.14

…praias de areia branca, sem ondulação e águas quentes! A escolha ideal para os amantes de destinos de férias pautados por praia e calor.

 

 

Esta pequena ilha de 193 km2 é o ex-líbris dos amantes do jogo, possuindo 10 casinos, na sua maioria abertos 24 horas por dia. Localizada no mar caribe, a sua costa oferece condições para a prática de todos os desportos náuticos bem como uma infinidade de atividades lúdicas aquáticas. O território integra o reino Holandês, sendo os idiomas oficiais o holandês e o papiamento, um idioma indígena com um léxico fortemente marcado pela influência do português trazida pelos escravos das antigas colónias portuguesas em África e do vizinho Brasil. Atualmente o turismo é a sua maior fonte de rendimento, impulsado pela organização própria da coroa holandesa. Até há poucos anos a ilha explorava e refinava os seus jazigos de petróleo, tendo protagonizado uma tranquila transição de uma economia petrolífera a uma economia apoiada na produção interna, uma vez extintas as reservas de petróleo.

 

A maioria dos serviços comerciais, utilizados por turistas, são prestados em inúmeros idiomas, numa flexibilidade linguística impressionante. O facto de ser um território pequeno, submetido desde tenra idade aos canais de televisão americanos, conjugado com o convívio permanente com turistas provenientes de todos os pontos do mundo faz da sua gente poliglotas natos.

 

Uma volta por toda a ilha não leva mais do que uma manhã e permite perceber que é possível criar fontes de rendimento e postos de trabalho em todas as escalas. Aqui há fábricas de cerveja, de água, museus, etc.. a escassos 25 km, a norte da costa ocidental venezuelana (Estado Falcón), o resultado de dois modelos políticos antagónicos está à vista de todos: um enfocado na produtividade e na iniciativa privada e outro centralizado na inercia que caracteriza o poder público estatal.

 

Um excecional cantinho da comunidade europeia no Caribe!

 

A oferta de alojamento é para todos os gostos e para todas as carteiras. Por exemplo, o complexo Marriot oferece aparthotel e hotel com uma oferta de serviços excecional: casino, piscinas para adultos, piscinas de acesso livre a todos os hóspedes do hotel, praia privativa com serviço de bar e massagens, distintos restaurantes e snackbars, lojas de roupa, souvenires, tratamentos de beleza, cabeleireiro, SPA, aluguer de carros e a popular joalharia La Esmeralda, onde é possível adquirir os clássicos exemplares de esmeraldas com selo de qualidade colombiana!

 

As praias devem ser selecionadas em função do que se procura, uma vez que estão organizadas/ocupadas em função das características geográficas que oferecem. Para os amantes de windsurf, de surf, de snorkling, de desportos motorizados aquáticos ou simplesmente disfrutar das quentes e turquesas águas caribenhas, etc.. Os turísticas que gostam de aventura não incomodam os que preferem nada fazer, numa harmoniosa e organizada convivência.

 

Ao longo da ilha encontram-se excelentes restaurantes e na capital Oranjestad, é possível comprar todo o tipo de produtos das mais luxuosas marcas mundiais, de Louis Vuitton a Salvatore Ferragamo, etc... Não obstante, a capital da ilha reduz-se a dois ou três quarteirões, cujo início e o fim são difíceis de delinear.

 

Ao contrário do que acontece em muitos pontos da América do Sul, aqui a segurança é total adornada por um sentido de humor irrefutável que leva a que todas as viaturas tenham na sua matrícula a inscrição oficial: One Happy Island!

publicado por viagenslatinas às 20:18

O parque Nacional de Morrocoy situa-se entre a costa oriental do Estado Falcón e o noroeste do Golfo Triste, no litoral Centro Ocidental da Venezuela. Tem a particularidade de ser terrestre e aquático, pouco povoado, sendo as povoações mais conhecidas Tucacas e Chichiriviche. Oferece mangais e inúmeras ilhotas, habitualmente denominadas por Cayos, conhecidos pelas suas espetaculares praias caracterizadas por pequenas e imaculadas línguas de areia banhadas pelas águas turquesas do Caribe.

 

 

Apesar da zona ser mais procurada pelas suas excelentes praias, o parque apresenta uma fauna rica, sendo o seu habitante mais popular a tartaruga (verde, carey, cardón y cabezón), também em termos de avifauna, existem mais de duas centenas e meia de espécies. Frequentando estas praias vislumbra-se com frequência pelicanos em plena atividade predadora, embora a densidade populacional é aparentemente inferior à que se pode apreciar em Los Roques.

 

Na gíria popular venezuelana existe o dito popular: “llegó a paso de morrocoy”, porque popularmente se chama à tartaruga morrocoy, pela elevada densidade populacional deste réptil no parque natural.

 

Para os amantes de snorkling, este é um spot espetacular que nos amarra horas seguidas a apreciar a colorida diversidade de espécies piscícolas e coralinas.

 

Ao longo do parque é possível encontrar alojamento em algumas pousadas de qualidade, no contexto da oferta hoteleira do país, entre as mais conhecidas está a La Ardileña e Los Cocos. Qualquer que seja a opção, é preferível optar por um alojamento que assegure o transporte desde a pousada até aos cayos, ou seja, inclua o traslado até ao cais de embarque e, daí, o barco até aos cayos.

 

Nos cayos, é possível disfrutar de ceviches, ostras, massagens, bebidas, ou, o popular “pescado frito con ensalada y tostones” da costa venezuelano.

 

Nalguns casos, há pequenas embarcações que se ancoram junto à praia e vendem cachorros quentes, preparados na hora. Uma experiência sui generis, entrar na água acima dos joelhos para comprar um cachorro quente…

 

A praia e as águas são tipicamente caribenhas: turquesas, quentes, sem ondulação a habitadas por deslumbrantes e coloridas espécies de peixes!

 

O percurso para chegar aos cayos pode ser mais ou menos romântico, assim como se pode optar por um cayo mais próximo ou mais afastado da costa continental. Recomenda-se fazer o canal do amor no regresso, quando muitas aves já estão de volta ao seu ponto de aconchego noturno, disfrutando uma vez mais da beleza natural da fauna de Morrocoy.

 

Naturalmente, a rede vial para chegar à zona do parque é deficitária, e a insegurança é muita, pelo que se recomenda planear a viagem para chegar ainda com a luz do dia, considerando uma a duas horas de folga, para imprevistos, face ao que seria o tempo normal de viagem.

 

Morrocoy é um paraíso subdesenvolvido em pleno Mar Caribe!

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publicado por viagenslatinas às 20:09

 

...no dialeto caribe dos Indios Chipas, significa local onde nasce nosso sol.

 

 

É uma pequena povoação na orla do Mar Caribe na costa Centro Ocidental venezuelana, integrante do Parque Nacional Morrocoy. A este apresenta inúmeras ilhotas ou cayos, como são aqui conhecidos, caracterizados pelas suas areias brancas. A oeste oferece o Refugio de Fauna de Caure e a sul o Golfo der Cuare.

 

A estrada que nos conduz até à praia ofrerece-nos uma avifauna rica, protagonizada por espécies adaptadas a habitats lagunares, como a Corocora Roja.

 

No passado este já foi um destino turístico de qualidade, mas com o passar dos anos, parece não ter havido investimento em infraestruturas, o que por sua vez afasta os investidores da indústria hoteleira. Por aqui, conseguem-se pousadas, algumas confortáveis, mas todas com pequena capacidade, dispondo de um reduzido número de quartos, na sua maioria exploradas por amadores desta indústria. A chegada é uma desilusão, já que as ruas estão invadidas de lixo, pavimento inesxistente ou muito danificado, resultando numa envolvente de aspecto pobre e sujo

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A Pousada selecionada foi La Kanostra, explorada e atendida por italianos, onde os quartos oferecem condições mínimas de conforto, e uma comida é excelente.

 

Chichiriviche não se recomenda como uma primeira escolha para visitar o Parque Nacional de Morrocoy. Tucacas, outra povoação inserida no Parque, oferece mais e melhores condições turísticas.

 

No pequeno porto é possível apanhar embarcações para os cayos do Parque, onde as praias são paradisíacas e a fauna e flora aquáticas, tipicamente caribenhas, nos deslumbram.

 

O trajeto, de carro, a partir de Caracas demora cerca de 6 horas, e, nas condições atuais de elevada insegurança, é muito arriscado.

 

Uma visita que se recomenda numa Venezuela (futura) mais segura e infraestruturada para o turismo, não na Venezuela atual.

 

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publicado por viagenslatinas às 17:33

20.01.14

Just like the movies!

Adentrar à área costeira de Miami Beach, particularmente, South Beach, impregna-nos a sensação de integrar o intenso e extravagante mundo das artes. Experimenta-se a sensação de figurante num popular filme que todos conhecemos. As pessoas, as lojas, os carros e os edifícios têm o aspeto do imaginário desenvolvido com as produções hollywoodescas.

 

Os idiomas são muitos, predominam o espanhol, o inglês e o português açucarado do Brasil.

 

A praia ofusca com a sua areia branca coralina intimidada pelo azul turquesa das águas atlântica, ornamentada pelos mais belos exemplares da espécie humana.

 

 

 

 

O fim-de-semana foi planeado para usufruir de conforto e festa, e a escolha para pernoitar não podía ter sido melhor: HOTEL DELANO, na Collins Avenue, South Beach. Vizinho do famoso Hotel SAGAMORE.

 

O DELANO é um hotel urbano decorado em harmonia com as areias, onde predominam magistrais objetos brancos. O exterior oferece uma elegante piscina de água aquecida convidando a ficar na companhia de elegantes cocktails e espetaculares petiscos. Em redor existem românticas cabanas privativas. Num ambiente cosmopolita, com DJ residente que debita inebriantes decibéis. Festa permanente!

Se o momento é de relax, pode optar-se pela praia, com acesso exclusivo a hóspedes.

 

A opção do quarto recaiu na tipologia one bedroom suite, demasiado grande para duas pessoas, com iPAD, dois quartos de vestir, duas casas de banho e uma sala colossal. Predomina o branco com apontamentos de verde menta, e muito sentido de humor,

 

 

numa sofisticada concordância de bom gosto.

 

Sem sair do hotel, há restaurantes, bar e acesso a discoteca. Saindo, caminhando, há museus (Museu de Arte Bass), lojas de gama alta e uma infinidade de opções para todo o tipo de refeição.

 

Na rua há glamour, fantasia e muita energia positiva. Um ótima opção para recarregar energias!

 

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publicado por viagenslatinas às 00:39

04.09.13

 

Bogotá, uma agradável surpresa para uma viagem não programada!

 

 

Encontra-se 2600 m acima no nível médio das águas do mar e tem uma população que ronda os sete milhões de habitantes o que a torna tão cosmopolita como muitas capitais europeias. Possuidora de uma densa e eficiente malha de transportes públicos, bem como uma infindável quantidade de taxis, o que possibilita otimizar a visita à cidade. Contrariamente à ideia que muitas vezes se tem na Europa do país e da sua capital, não se sente insegurança.

 

A chegada ao aeroporto revela um país organizado, de arquitetura cuidada e asseado. O trajeto do aeroporto até ao centro da cidade confirmam-no!

 

Aquando da visita decorria a feira internacional do livro de Bogotá (FILBo) que tinha como país convidado Portugal. Trata-se da terceira feira literária mais importante da América Latina... Mas a visita não estava cunhada por objetivos literários! A segunda língua mais ouvida foi por isso o português (europeu), designadamente no selecionado Hotel Pestana Bogota 100, que à data tinha como Chefe convidado um português.

 

A não perder numa visita de dois dias e meio: Old Bogota (La Candelaria), a partir da qual se pode ir ao Cerro de Monserrate, Museo del Oro, Museo Nacional, Museo Botero e todo o centro histórico.

 

Centro histórico

Conhecido como a Old Bogota, onde deambular nos surpreende com uma infinidade de monumentos, praças, edificios estatais de distintas arquiteturas e, naturalmente, centenas de opções para descansar, tomar um café ou fazer uma refeição. Também a oferta comercial é farta e diversa, sublinhando-se as inúmeras ourivesarias dedicadas essencialmente ao comércio das famosas esmeraldas columbianas. Também é possível visitar o Museu da Esmeralda na Torre Avianca, que conflui para a mesma praça do Museo del Oro.

 

Cerro de Monserrate

A visita ao Cerro de Monserrate pode fazer-se de funicular até às 13h e de teleférico na parte da tarde, num íngreme percurso impróprio para os menos afoitos. Trata-se do símbolo por excelência da capital colombiana, ascende a uma altitude de 3 152 m, alberga o Santuário do Señor Caído, lugar de peregrinação de colombianos e estrangeiros. Vigiando a cidade noite e dia e rodeado de vegetação luxuriante possibilita uma vista verdadeiramente inebriante da cidade. Chegados ao topo, as opções vão da religião à gastronomia, passando pelo desporto e o comércio de produtos tradicionais de toda a Colômbia.

Já na cidade, de qualquer ponto que se olhe, se vislumbra Monserrate. Imperdível!

 

Museo del Oro

Considerado um dos maiores museus do ouro do mundo, permite-nos percorrer a história da humanidade através da história do ouro. Basta entrar no museu para sentir que se trata de um lugar mágico impregnado de história adornada milionariamente por este metal precioso. São 34 000 peças de ouro, mais de 20 000 objetos ósseos, liticos, cerâmicos e têxteis que pertenceram a treze sociedades pré-hispânicas: Tumaco, Nariño, Cauca, Calima, San Agustín, Tierradentro, Tolima, Quimbaya, Muisca, Urabá y Chocó, Malagana, Zenú y Tairona.

Num edifício de linhas retilíneas e abertas, do mais sóbrio que o design contemporâneo pode oferecer, apresenta em três pisos o trabalho do metal, o seu uso contextualizado na organização política e religiosa e, por último, no terceiro piso, a cosmología e o simbolismo. Aqui, acercamo-nos aos chamanes, sempre sentados em permanente êxtase e em transe...

 

Onde Comer

Não deixe de jantar na “tasquinha” Tapas Macarenas, com Certificado de Excelência de 2013 atribuído pelo TripAdvisor, onde seis pequenos galos de barcelos miram os convivas, trazidos pelas tunas portuguesas que costumam frequentar este restaurante nos seus tours por Bogotá. É um local encantador, com apenas quatro mesas, presenteia-nos com iguarias hispânicas inegualáveis... Também se recomenda Casa Ibañez, Mi Viejo, etc.

 

...e muito mais! Bogotá, uma capital latinoamericana impossível de disfrutar cabalmente numa só visita!

publicado por viagenslatinas às 00:35

15.07.13

Inspiração dos artistas, paixão dos desportistas, pulmão da cidade de Caracas, que se agita e repousa no seu sopé.

 

 

 
A cordilheira montanhosa que engloba o Cierro Waraira Repano (serra grande), assim denominado pelos povos indígenas, atualmente conhecido por Monte Ávila encontra-se entre as costas do Mar Caribe e o norte da Capital Venezuelana. Esta montanha delimita os vales de Caracas, Guatire, Guarenas e uma parte da planície de Barlovento. Foi declarado Parque Nacional em Dezembro de 1958, com o nome El Ávila, englobando nessa época uma superfície de 66 192 hectares, em 1974 foi ampliado para 85 192.
 
Fruto da política vigente dos últimos anos, foi-lhe devolvido o nome indígena em 2010, mas continua a ser designado por Ávila entre os venezolanos.
 
A origem do nome contemporâneo deve-se a Gabriel Ávila, um conquistador espanhol que se instalou na Venezuela em 1653 e que participou na fundação e desenvolvimento da capital venezuelana.
 
A maioria dos caminhos que cruzam o monte foram construídos por indígenas que o habitavam há mais de 500 anos. Hoje, essas vias multiplicaram-se e são utilizadas por excursionistas e desportistas.
As condições naturais que a montanha oferece é palco para uma ampla variedade de atividades: caminhadas, rapel, campismo selvagem... e muito mistério.
 
A cidade está delimitada pela cota 1000, desenvolvendo-se acima desta o parque, cujo ponto mais alto se encontra próximo dos 2700 m - Pico Oriental.
Para os amantes da caminhada de montanha e instalados em Caracas, podem optar por entrar no ponto de control Sabas Nieves, aberto das 6 am às 6 pm. O acesso faz-se através de uma das zonas residenciais mais elegantes e seguras da cidade: Altamira. Chegados à passagem inferior da Cotamil, auto-estrada circular externa da capital, inicia-se a subida de um desnível de 300 m ao longo de 1250 m. É uma prova de resistência, dura para os que não estão na melhor forma física, mas viciante. Depois de se subir uma vez, fica-se viciado e sente-se a necessidade de subi-lo pelo menos uma vez por semana.
Ao longo de mais de um km a fauna e a flora surpreendem-nos em função da hora do dia, da época do ano ou das condições climáticas do momento. Estas últimas também influenciam o grau de dificuldade do percurso. Chegados a Sabas Nieves, nos fins de semana é possível disfrutar de um gelado artesanal vendido no local por uma anciã.
 

Pode optar-se por continuar a subida até ao Pico Oriental, à cota 2640 m. Aos 1800 m tem-se uma vista impressionante da cidade que deixamos para trás há pouvo mais de uma hora.

 

O descida é um momento reconfortante, ficando para trás o esforço físico e a sensação de objetivo alcançado. Move-nos a ansiedade do regresso, da piña colada, do gelado Tio Rico ou do simples regresso a casa.

 

Existem milhares de pessoas de todas as idades e condições a fazer este percurso todos os fins de semana e feriados e dependendo da hora, podendo agravar a dificuldade da atividade.

 

...Uma tradição caraquenha a não perder!

 
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publicado por viagenslatinas às 23:37

14.05.13

 

 Puerto Colómbia, via de comunicação marítima com Choroni, encontra-se a 166 km da Capital na direção oeste. Todo o trajeto se faz por autoestrada até Maracay, estado Aragua. Em Maracay, inicia-se uma aventura de cerca de 50 km que nos deslumbra pela sua impactante e luxuriante vegetação. Atravessa-se todo o parque Nacional de Henry Pittier, num sinuoso e alucinante traçado viário que nos adentra na múltipla oferta de espécies animais e vegetais. É difícil quantificar a perenidade dos bambus e outras árvores de porte tropical que tombam sobre o asfalto, quando este ainda não foi levado pela determinação das quedas de água que velozmente descem dos 1700 m até ao nível do mar. Invade-nos a pequenhez da existência humana sublinhada pelo deslumbramento da chegada à praia de Choroní.

 

O gradiente de temperatura, humidade e exposição solar a norte da montanha constrasta com o sul, oferendo biodiversidades distintas próprias de cada condição. O verde adensa-se à medida que nos aproximamos do céu, sentindo-se um alívio contraditório quando percebemos que começamos a descer a montanha, ainda desconhecendo o longínquo e moroso percurso que nos espera...

 

A povoação de Choroní foi sede dos produtores de café e cacao, com uma arquitetura fortemente colonial, colorida e harmoniosa, constrastando com o caos urbanístico das cidades e pueblos que ficarm pelo caminho. Hoje reina a actividade turística, oferendo pequenas pousadas para todas as bolsas. À medida que nos dirijimos para o mar, somos confrontados com La Boca, caótico “porto”, onde se panham pequenas embarcações (piñeros) para praias sem acesso rodoviário.

 

Seleccionar entre ficar na frequentada Praia Grande de Choroní ou ir para outros Cayos mais sossegados, depende da necessidade de quietude e abertura à aventura de cada um. A ondulação, conjugada com a alucinante ansiedade de fazer o máximo de percursos possível do piloto dos piñeros, pode proporcionar uma viagem desconfortável pelo excesso de velocidade a par da fragilidade da embarcação. Claro que a oportunidade de apreciar a gigante massa montanhosa a submergir no mar até encontrar uma audaz, e rara, língua de areia branca compensa o risco!


Nesses cayos consegue-se negociar o almoço habitual por estas paragens, peixe acabado de pescar frito, acompanhado de plátano frito e salada (pescado frito con tostones y ensalada), também se consegue cerveja fresca, água e algum refrigerante. Não espere encontrar um menu, ou uma explanada com mesa e cadeiras. A encomenda faz-se à chegada, marcando a hora e se a manhã estiver a começar, nem saberá qual o peixe que está a encomendar, depende da pesca do dia. À hora marcada será agradavelmente sorpreendido pela funcionária algo hippie que lhe trará a travessa em mãos, tipicamente só com um garfo!...

 

A opção pela Praia Grande permite-lhe imiscuir-se na verdadeira sociedade venezuelana, que não se atrapalha em colocar todo o tipo de lixo e detritos no chão e um caos ocupacional comparável à praia de Quarteira em Agosto, se optar por uma época tipica de férias, como o Carnaval. Se marcar a sua estadia para época baixa, encontra uma praia deslumbrante e serena.

 

Como tem acesso rodoviário directo, encontra todo o tipo de turistas e ofertas. Aqui tudo se vende: sumo de morango, cerveja, água, café, chá, bijuteria urbana, tostones, arepas, melancia, protector solar e bronzeador, cachapas, ostras, etc...

 

Algumas fotos aqui



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publicado por viagenslatinas às 22:19

16.04.13

 

Este parque é por excelência o espaço verde de Caracas, harmonizado com o espólio da natureza Sul Americana. Se conhece por Parque Del Este ou por Parque Generalísimo Francisco de Miranda (anteriormente Parque Rómulo Betancourt, em homenagem ao presidente em cujo o mandato foi construído).

 

Encontra-se entre a autoestrada Francisco Fajardo e a Avenida Francisco Miranda, uma das principais artérias da capital venezuelana, na qual se situa o acesso para o mesmo. A chegada está particularmente facilitada através do metro Caracas, já que a estação Miranda localiza-se precisamente na entrada. Foi desenhado pelo arquitecto Roberto Burle Marx, autor de outros espaços emblemáticos dispersos pelo continente, sendo um dos mais conhecidos o famoso Mosaico do Passeio de Copacabana na Praia do Rio de Janeiro.

 

No seu interior, sentimo-nos no sopé do Monte Ávila e não no centro de uma ruidosa capital.


Adornam este espaço várias espécies botânicas, podendo encontrar-se na entrada oeste o canto das Xerófitas e, à medida que caminhamos, somos surpreendidos por jaguares, lontras, papagaios de várias cores e uma infinidade de outras coloridas aves. Um parque zoológico que combina animais ao ar libre e em jaulas. Pontuam-no cinco lagos, com espécies tanto exclusivamente aquáticas como anfíbias.  Acresce um serpentário, um planetário, um espaço ornitológico...

No que respeita a lagos, podemos visitar o lago Jardim Hidrofítico, o Carlos Guinand, o lago das corocoras, o lago dos patos e o lago dos botes. Neste último, é possível alugar gaivotas e disfrutar de um passeio.  Nos quatro primeiros podemos disfrutar de inúmeras aves, tartarugas, iguanas, crocodilos, caimões, lontras, etc....

 

 

 

 

 

Este é local de eleição para todo o tipo de atividades e eventos, já que é possível alugar espaços adequados para o catering de festas de aniversário ou outras, podendo os convidados disfrutar de tudo no que o parque oferece. Ao adentramo-nos, cruzamo-nos com pessoas a praticar tango argentino, ioga, a correr, a jogar futebol, ténis, etc... ou simplesmente a disfrutar do verde e dos animais que o adornam. Por excelência, o espaço verde citadino caraquenho, de entrada livre.

 

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publicado por viagenslatinas às 21:41

23.03.13

 Galipan é um pueblo perdido nos acidentes montanhosos do Ávila, com mais de 200 anos de história, que deixa para trás a vista caraquenha para se concentrar na mirada às infinitas águas do Caribe. Encontra-se a cerca de 2000 m de altitude.

Os primeiros habitantes desta aldeia de montanha chegaram no século XVIII, vinham das Canárias e dedicavam-se ao cultivo de café e fruta. Apesar de lutarem por manter esta tradição, hoje incluem nos seus cultivos as flores, os morangos e os legumes. Com a declaração, em 2004, de local de interesse turístico, a maioria dos seus habitantes dedica-se a essa atividade, tendo aumentado significativamente a oferta de quiosques, restaurantes, posada e pontos de venda de todo o tipo de produtos.

Às portas da capital, é uma ótima opção para passar um sábado ou um domingo, não exigindo um planeamento rigoroso e permitindo relaxar e respirar ar fresco e frio... Não deixe de levar um casaco, em alguns dias, um impermeável ou guarda-chuva, pois vai estar ao nível das nuvens ou acima destas e as chuvas são frequentes.

 

É possível chegar de carro, se for 4X4, caso contrário não permitem o acesso devido aos declives acentuados do trajeto. A sugestão é dirigir-se à estação do teleférico junto ao distribuidor de San Bernardino, na cota mil (auto-estrada Boyacá) e fazer o trajecto de teleférico. Uma viagem impressionante pela vista que oferece de Caracas e da selva tropical sobre a qual sobe... chegados a Galipan, pela vista de Mar. O teleférico percorre 3,5 km, em linha recta, da cota 1000 à cota 2000.

Arrepiante!

 

 

 

 

Saindo da estação caminhe pela estrada que o conduz às portas da aldeia e tome um jipe, que o transportará até à aldeia através de um atribulado caminho rochoso. Esta viagem também se pode fazer a pé, levando uns 40 minutos, ou seja, consumindo a energia que necessitará para disfrutar da aldeia.

 

Passeie pelas ruas da aldeia, escolha um restaurante com vista panorâmica ( Casa Pakea, Nana-coco, Granja-Natalia) e disfrute do aconchego de um recinto coberto num contexto bastante fresco face aos habituais 30⁰C de Caracas.

 

Há alguns restaurantes que oferecem o transporte desde Caracas até Galipan, não tendo o cliente que se preocupar com esta logística, mas não experimentei esta modalidade.

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publicado por viagenslatinas às 12:38

Relatos de uma Europeia a residir, temporariamente, na Venezuela, das suas viagens pelo continente americano, aproveitando para conhecer algumas das inúmeras ilhas banhadas pelo Mar Caribe.
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